Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

O Clube

Como tudo começou

No início da década de cinquenta, apareceu na cidade mais um adventício, José Camilo Maciel, escrivão de polícia transferido para exercer suas funções na Delegacia local. Como das vezes anteriores, o Maciel (como ficou conhecido), também estranhou não haver clube social na cidade. Sujeito alegre e falante, logo se enturmou e passou a irradiar seu entusiasmo entre todos. Suas gestões junto às pessoas mais gradas da cidade, animou-as a tentar, mais uma vez, a adotar o projeto de fundação de um clube. Uma reunião foi, então, marcada para o dia 27 de Dezembro de 1952 (dois dias depois do Natal de Cristo)no Cine e Teatro Cassini, às 19 horas. Compareceram a esta reunião trinta e três pessoas e ali, mesmo, Maciel lançou a ideia da fundação da um clube, desde que, segundo disse, era o desejo da maior parte de nossa ‘melhor sociedade’, etc. A Ata de fundação diz tudo, mas é bom lembrarmos que muitos dos fundadores do PTC já se foram, alguns ainda lembrados por haverem ocupado cargos nas diretorias pioneiras; outros, no mais doloroso anonimato, embora tenham participado ativamente para que o clube vingasse.

Leia-se, em seguida, a PRIMEIRA ATA DO PTC, ou seja, a ata de sua fundação, exatamente como está lançada no livro nº 1, ipsis verbis:
Assim, aos vinte e sete dias do mês de Dezembro de 1952, do entusiasmo de trinta e três moradores de Piumhi, nascia o Piumhi Tênis Clube, este mesmo PTC que completa seus quarenta e cinco anos de existência, hoje orgulhoso de ser um dos clubes mais completos do interior do estado de Minas Gerais. A primeira diretoria eleita e que deu início ao plantio das primeiras sementes de nossa Casa, hoje frondosas árvores que não param de crescer, foi a seguinte:

1 – Presidente: Dário de Melo; vice-presidente: Severino Camarano; 1º secretário: José Alves Mesquita; 2º secretário: José Segundo Bruno de Lima; 1º tesoureiro: Ernani Silveira; 2º tesoureiro: Venicius Couto; diretor social: José Camilo Maciel; orador: Dr. Vitrasiano Leonel da Silva; conselho deliberativo: Dr. Jair Ferreira Leite, Dr. Francisco Xavier, Francisco Machado de Souza; conselho fiscal: Jorcelino Alves da Silva, Osmani Lima e Raul da Costa Lima.

A Diretoria, acima mencionada, eleita pela assembleia de sócios fundadores, teria caráter provisório, isto é, vigiria somente enquanto durasse a estruturação do Clube, inclusive com redação de seus estatutos e demais elementos constitutivos. Como muitos eleitos não aceitaram o múnus, inclusive o Dr. Dário de Melo (presidente), houve a necessidade da indicação de outros nomes para ocupar os cargos daqueles que não haviam aceitado a sua eleição. Assim, o Sr. Amâncio Cassini Neto passou a ocupar a presidência, tornando-se, destarte, o primeiro presidente do PTC. Como o Sr. Venicius Couto também descartou a segunda tesouraria, ocupou o lugar do Dr. Carlos Guimarães. Os demais aceitaram de bom grado as respectivas eleições e assumiram seus cargos.

Não foram poucos aqueles que assumiram cargos na associação e tudo fizeram para o seu engrandecimento. Não foram poucas as lutas, as dificuldades enfrentadas por estes abnegados construtores de algo que há muito, Piumhi vinha reclamando sem, contudo, conseguir realizar. Assim, o maior feito de todos eles só poderia ser o de haver conseguido manter o PTC funcionando e crescendo constantemente. Não poderíamos, nós que hoje administramos um clube do tamanho deste que temos nas mãos, deixar de homenagear todos eles, vivos ou infelizmente já falecidos, todos são dignos de nossa gratidão, de nosso reconhecimento. Quando se poderia pensar que aquele clube que nascia num salão alugado de um hotel, fruto do entusiasmo de 33 pessoas cresceria tanto e chegaria a ocupar um lugar de destaque dentre os seus congêneres do estado de Minas? Tantas foram as tentativas frustradas antes, tantos foram os ideais mortas antes mesmo de nascer! Mas naquele dia 29 de Dezembro de 1952, estava escrito que o PTC teria vida longa, mais longa que a de todos os seus fundadores, pois muitos daqueles trinta e três que ali estavam naquele dia já se foram, mas deixaram uma marca indelével, as suas assinaturas nos livros de Atas, enfim o sinal de sua passagem por aqui, por isso os reverenciamos modestamente.

Havia uma movimentação muito grande na cidade em torno do clube. Era algo novo, algo que parecia a todos que iria dar certo, pois as experiências anteriores levavam a certa descrença, certo receio de que tudo não passasse de fogo de palha. Todavia, dessa vez havia pessoas comprometidas com a sustentação do clube da mais alta respeitabilidade e o entusiasmo, era realmente geral. Houve muitas críticas no começo, como sói acontecer com qualquer iniciativa que se tome em cidades pequenas, onde as vaidades estão acima dos próprios interesses coletivos, sociais.

Como o clube, como já se falou, começou seus dias no salão do Hotel Cassini, no segundo pavimento do prédio fronteiro ao cinema do mesmo nome (na parte térrea funcionava um bar), havia como não poderia deixar de ser, uma escada que dava acesso ao salão. “Que absurdo, um clube que se precisa subir uma escada para alcança-lo!” Diziam uns, sem melhor argumento para criticar. E insistiam: “já imaginaram um sócio que se tenha excedido nas cervejas rolando escada abaixo?”. Neste particular, absurdo sob todos os aspectos, as moças faziam coro: “A gente fica com vergonha de subir as escadas com eles (os moços) lá embaixo olhando para cima…” O curioso é que o salão até então usada para realização de bailes era o da Prefeitura Municipal, o velho salão já referido, de tábuas largas e podres, também no segundo pavimento, cujo acesso também, era feito por uma escada, velha, podre, estreita e a céu aberto… Vê-se, pois, que as críticas, embora pudessem conter alguma verdade, não eram argumento ponderáveis, mas apenas um modo de tentar acabar com a ideia, como era de costume arraigado de todos.

Por tal razão, pensou-se em construir uma sede ao sabor de todos os críticos. Para tal, o clube propôs, em 1956, a emissão de apólices sorteáveis, no valor nominal de quinhentos cruzeiros, a serem adquiridas pelos sócios efetivos. Mensalmente sorteava-se uma, sujo dono recebia o seu valor integral sem direito a juro. A proposta foi aprovada. Um terreno, na Praça Dr. Avelino de Queiroz, foi adquirido ao Sr. José Neca da Costa, que por ser uma dos idealizadores e incentivadores do clube, vendeu-o a preço bem abaixo do seu valor real. Ali seria construída a tal sede. A planta foi encomendada ao Sr. Geraldo Sansoni e tudo caminhava para esse desiderato, quando Sr. Guilherme Cassini, então dono do prédio onde funcionava o clube, resolveu por à venda o imóvel, novo, de ótima construção que ficaria muito mais barato, pois dependia apenas de algumas adaptações. E assim foi feito: vendeu-se o lote, juntou-se o dinheiro e efetuou-se a aquisição do que é ainda hoje a sede social do seu PTC.

Para muitos que lerão estas notícias breves de história do clube, nada haverá de novo. Com certeza, irão lembrar-se de tudo isto, mas há os jovens sócios, aqueles que nem eram nascidos por ocasião destes ocorrências e que nem sabem como foi difícil aos fundadores, aos idealizadores da sociedade que hoje lhes pertence e lhes proporciona lazer e entretenimento.

Tudo que é difícil, quando chega a bom termo, dá mais alegria e certo gosto bom de vitória. O PTC está incluído neste rol: teve um início até mesmo incerto, mas conseguiu, mercê da vontade e mesmo da teimosia de muitos chegar até onde chegou, tornando-se um dos clubes mais importantes do interior mineiro, com um patrimônio incalculável, como é do conhecimento de todos.

Como era antes

Como seria Piumhi no final da década de quarenta e início da de cinquenta? Muitos devem lembrar-se e até com saudade, pois a globalização ainda não havia sido sequer sonhada. Não havia televisão. O rádio era algo que poucos possuíam. A luz, fraca como brasa de um cigarro espetado na ponta de um poste de madeira. Os encontros se davam às tardes, geralmente frescas àquele tempo, nos bancos do jardim da Praça Dr. Avelino de Queiroz, ou às mesas dos bares próximos ao jardim. Um picolé de coco queimado, escuro e delicioso, do bar do Gouvea, um olhar furtivo dirigido à moça que passava vinda da reza das sete, o rosário enrolado nos dedos da mão… Às vezes, alguém sugeria animado por um copo a mais de cerveja: Vamos fazer um baile sábado? Se houvesse disposição de todos, desenvolvia-se a ideia e começavam a tomar medidas. O local para a realização era, sempre, o salão da Prefeitura Municipal, localizado no antigo casarão da Praça da Matriz, e assoalhado de tábuas largas, já carcomidas pelo tempo. Para tornar o piso escorregadio e próprio para a dança, esfregavam-se velas de espermacete nas tábuas velhas e enegrecidas pelo tempo. Cera, ainda era desconhecida na cidade… Conseguido, por empréstimo, que geralmente nunca era negado o enorme salão, partia-se para a contratação da orquestra. Orquestra? Que nada! Um conjunto, geralmente da cidade, se o motivo do baile era apenas a vontade de dançar e de estar por umas horas a sós com a namorada. As mães ou velhas tias, acompanhantes das moças que acorriam as danças, ficavam sentadas em cadeiras encostadas às paredes, olhos atentos em tudo o que acontecia. Havia regras básicas, obedecidas cegamente pelos dançarinos: nada de corpos colados ou de trocas de carícias, ainda que as mais inocentes… Quando a razão do baile era mais importante, aniversário da cidade, um feriado de fim de semana, um delegação de outras cidades em visita de cortesia… Contratavam-se orquestras de outras regiões, naqueles tempos denominadas de “Jazz-Band’s”. A mais famosa era o chamado “Bando dos Tangarás”, da vizinha cidade de Boa Esperança. Realmente um grupo magnifico, que encantava a todos.

Não havia, portanto, um clube social. Várias tentativas de fundação de uma gremiação desse tipo foram feitas sem, contudo, obter êxito. A ideia surgia acesa, entusiástica, mas duravam apenas alguns dias… Logo era esquecida, atirada ao lixo do esquecimento. Alguns chegaram a ter até nome. Nomes estranhos, como “Aeroclube”, este nascido do entusiasmo de um coletor de impostos que andou por estas bandas, João Coragem. O nome decorria do gosto do idealizador da sociedade pelos aviões “paulistinhas”, umas coisas que voavam na cidade. Mas o Aeroclube não durou mais do que o tempo de um voo… Não se falou mais nele. É bom ressaltas que as tentativas, quase sempre, partiam de moradores novos, adventícios, que não entendiam “como uma cidade tão simpática como Piumhi não tinha um clube social à altura de seu desenvolvimento!”. Houve, também, outro, o Clube Municipal… Frustrou-se como os demais, acabou num sopro de desalento… Dos clubes que tiveram vida mais longa, pode-se lembrar de um que tinha sede, animação e gozava de admiração de todos, se chamava-se “Frente Negra”. Este durou muitos anos, animado pelo entusiasmo contagiante do Antônio Passarinho, um negro forte e lustroso e de simpatia irresistível. Era uma segregação às avessas: os negros não gostavam nem admitiam a presença de brancos em suas festas, sempre animadas.

Assim era nossa Piumhi no final da década de quarenta e começo da de cinquenta: uma cidade “simpática”, mas carente de um local para reunir a sua juventude, seus casais mais animados, desejosos de convívio constante.

Curiosidades

Em quarenta e cinco anos muita coisa acontece. E muitas coisas aconteceram no decorrer da vida de nosso clube. Lembram-se de que foi dito antes como eram feitos os bailes no tempo anterior à fundação do PTC. Os velhos salões da Prefeitura, assoalhados de tábuas largas e ásperas… Com a criação do Clube as coisas mudaram. Agora havia um local certo e próprio para realização não só de bailes, mas de festivais de artes, de espetáculos teatrais, de concursos de danças. Havia jogos, biblioteca, música… Enfim, tudo estava à mão dos sócios ao seu dispor. José Camilo Maciel que fora, também, quem escolhera o nome do Clube: Piumhi Tênis Clube. O motivo da escolha talvez tenha sido infundado, mas todos aceitaram de bom grado e honram-no até hoje. Dissera ele, na sua justificativa, que o mais importante clube de Minas tinha esse nome: Minas Tênis Clube, logo… Por que não adotá-lo?

Poder-se-ia até dizê-lo, à época, absurdo, pois não tinha no seu patrimônio uma punica quadra de tênis e ninguém na cidade conhecia sequer o tal esporte. Mas, muito pior teria sido um Aeroclube (tivesse ele vingado) sem aviões.

Pode-se dizer que o inicio do PTC foi um tanto machista. Em seu primeiro estatuto, era vedado às moças o direito de se associarem. Sócios, somente os homens! Todavia, com tal atitude, o que se conseguiu foi fazer com que elas se afastassem e, sem elas, para que clube?

Outro entrave à frequência das moças era o radicalismo religioso do então vigário local, Padre Abel de Abreu Voguinha, um português ilustre e ilustrado, mas inteiramente medieval em seu radicalismo religioso. As moças que pertencessem às sociedades religiosas ficavam proibidas de frequentar as dependências do clube. Algum tempo depois, após inúmeros pedidos e argumentos convincentes, concordou ele que poderiam assistir às festas, mas sem participar delas…

Os bailes eram frequentes e as horas de arte também. O Jorge Bruno de Lima, que foi talvez o diretor social mais ativo que teve o clube em toda a sua existência, parecia não pensar em outra coisa que não fosse realizações festivas. Quem não se lembra do Homero Arantes dizendo de forma emocionante o monólogo famoso, de Pedro Bloch, “As mãos de Eurídice?”. Os as audições pianísticas da Hebe Bruno? Só para citar os dois casos. Os bailes, no começo continuavam sendo animados por conjuntos da cidade. Certa feita tocavam Daniel e sua Orquestra, título pomposo dado a conjunto comandando pelo Daniel, um clarinetista meio destrambelhado, que só tocava bem depois da décima cerveja. Solava ele uma valsa então em moda e em pleno sucesso, chamada “La vie en rose”. Bela valsa! Mas acontece que Daniel com a cabeça cheia de cerveja não consegui encontrar o fim da bela melodia e tocou-a por mais de duas horas sem parar. Quando, por fim, encontrou um jeito de dar final ao suplício, estava alagado de suor e completamente sem fôlego…

Aos poucos, com a certeza da perenidade crescendo na mente de cada sócio: “Este não morre!”. Já se dizia. Os mais abonados começaram a enfiar a mão no bolso e fazer empréstimos que permitiram primeiro, comprar um terreno na Praça Dr. Avelino de Queiroz; depois, vende-lo e comprar o então Hotel Faria ao Sr. Guilherme Cassini. Ali estava, finalmente, a sede própria e definitiva. Era a casa do PTC, aquela que perdura até hoje, bastante modificado, é verdade, mas na essência a mesma.

Se o começo foi difícil, a vida do clube também teve suas dificuldades, mas que foram superadas uma a uma, com sacrifícios, às vezes, mas sem descanso.

Não queremos destacar aqui nomes que possam ter sido mais importantes para o clube, pois com toda certeza cometeríamos injustiças e, na verdade todos foram importantes, cada um realizando o que pode dentro das limitações do momento.

Mas, não poderíamos deixar de mencionar o nome de José Camilo Maciel, afinal ele foi o idealizador corajoso, pois lançou a semente em terreno até então tido como árido, e ela frutificou.

Como já disse anteriormente, o Piumhi Tênis Clube começou sua vida como uma espécie de “Clube do Bolinha”, isto é, somente homens poderiam ser sócios. Às mulheres, embora fossem elas até a própria razão da existência da entidade, era negado o direito de serem sócias. Era-lhes permitida a entrada, desde que fossem dependentes de outro sócio, ou a convite (aprovado) de um membro efetivo da sociedade. Tal fato, além de causar constrangimentos constantes às frequentadoras, dava ao clube um ar de discriminação desagradável.

Tal situação perdurou até o dia 7 de Fevereiro de 1956, quando a diretoria do PTC reuniu-se extraordinariamente para deliberar sobre um abaixo-assinado contendo 69 assinaturas de sócios em que se recomendava a convocação de uma Assembleia Extraordinária para decidir sobre o direito de as moças poderem fazer parte do corpo social do clube. Estava assim vazada a Ata da referida Assembleia:

Ipisis verbis: “A 18 horas do dia 13 de junho de 1956 foram reunidos em Assembléia Geral, em terceira chamada, sócios do Piumhy Tênis Clube. Assembleia esta requerida por 69 sócios, a fim de resolver o ingresso de moças, filhas de pessoas que não se inscreveram como sócias d clube. Aberta a sessão pelo presidente em exercício, Sr. José Jorge Bruno de Lima, este nomeou o Sr. José Evangelista dos Santos para presidir os trabalhos, etc.” A seguir, a transcrição por inteiro teor da referida Ata, quando ficou decidida a entrada de sócias, o que só trouxe maior brilhantismo às festividades então constantes no PTC.

Uma cidade partida no meio

No final da década de quarenta e início da de cinquenta, quando o país estava ainda em ‘lua de mel’ com a democracia, Piumhi continuava uma cidade dividida por ideias políticas antagônicas. O pluripartidarismo era nome constitucional: a carta Magna de 46 havia adotado-o como regra. Todavia, aqui em nossa cidade, só haviam dois partidos políticos PSD e UDN. A cidade dividia-se em duas: a parte de baixo, era do PSD e a de cima, da UDN. Não havia ódios herdados ou novos, havia sim uma espécie de torcida, como as do Cruzeiro e do Atlético, passadas as batalhas por votos, todos voltavam às boas e tudo ficava para trás. Mas, cada um dos partidos tinha as suas coisas próprias: dois jardins, médicos e casas de saúde separadas, dois clubes de futebol, até na religião havia separação ideológica, pois o vigário da paróquia, o extraordinário realizador de obras, Padre Abel de Abreu Vouguinha era PSD ‘doente”… Ora, se a situação era essa, é claro que ao se fundar um clube social haveria, por mais que se evitasse, de sair impregnado desse ranço terrível, entranhado em muitos DESDE PRISCAS ERAS. Todavia, embora o clube estivesse situado em região do PSD, houvesse sido idealizado por membro do PSD, José Camilo macie, patrocinado pelos maiorais do partido do Tancredo Neves: José Neca da Costa, Dr. Jair Ferreira Leite, Dr. Francisco Xavier, João Menezes, Tonico Gabriel e muitos outros, o PTC foi aos poucos perdendo essa pré-condição de “clube do PSD” e passou a ser o que é hoje: o clube de todos os partidos, pois não seria a indelével cor política que iria por fim a uma entidade que estava sendo criada para servir a todos os credos políticos ou de quaisquer outras origens.

Talvez nem fosse necessário este registro, mas haverá aqueles que terão ainda na lembrança o inicio de tudo e poderão pensar que a historia é feita com todas as verdades, sem ocultação do desagradável, eis que sua finalidade precípua é a de contar todo o acontecido, sem fugas ou voltas enganosas.

Felizmente, tudo isso é apenas passado. Compulse-se todas as Atas do Clube, onde está lançada a de sua própria fundação, e não se encontrará uma só em que haja qualquer sinal de politica. Ali, os partidos se misturaram e deram tudo de si para o fim realmente colimado.

Talvez (quem sabe?) tenha sido o próprio PTC a nova era nas relações entre os dois ferrenhos litigantes políticos, fazendo com que a ‘briga’ politica não passasse de ‘briga por votos’, com tempo estabelecido, como em qualquer jogo? É bem possível, mas não nos cabe aqui fazer julgamento de juízo e sim, apenas, contar esta pequena historia do clube, para que ela, como acontece com a grande maioria das historias de nossa cidade, se perca, mortas as memorias que as guardavam…

Cabe, apenas, uma palavra fina: não culpe a esta revista por um ou outro esquecimento. Ela não terá culpa, pois teve apenas o desejo de divulgar o geral, não quis, para evitar injustiças imperdoáveis, mencionar nomes, enaltecer feitos… Todos foram peças importantes e continuam sendo. O clube que hoje temos é fruto do esforço de muitos, e são tanto que não teríamos espaço para nomeá-los todos.

Estamos bem perto de um novo século, o XXI, por isso queremos que esta revistinha marque o final do XX e deixe impressa uma fatia da história do nosso querido PTC.